Há
alguns dias atrás, após receber algo que busquei por muitos anos, senti o desejo de encontrar uma pequena frase nas
Escrituras que resumisse tudo isto que recebi da parte do Pai,
para que, por meio dela, eu pudesse me lembrar a cada instante, em
minha peregrinação por esta terra, neste Caminho, de
todo o bem que me foi feito. Demorou apenas alguns segundos para que
a Ruach HaKodesh [o Espírito Santo] viesse em meu socorro, não
só me concedendo a frase desejada, como também fazendo
aquilo que Ela [Ele] mais gosta de fazer: Glorificar o Messias Yeshua
[Cristo Jesus] (Yochanan/João 16.14). A frase que a Ruach me
deu foi:
NO
MESSIAS [EM CRISTO]
Creio
que todos os talmidim [discípulos] do Senhor Yeshua sabem que
esta expressão – “no Messias/em Cristo” – significa
“em união ao Messias/Cristo”, na maioria das vezes em que
ela aparece nas Escrituras.
O que
poucos sabem (ou se sabem, sabem apenas de forma superficial) é
que:
1.
TODOS os que cremos em Yeshua, o Messias, fomos unidos a Ele.
2.
Esta é a verdade mais libertadora de toda a Escritura.
(Se
você é daqueles que já teve seus pecados
perdoados por meio do sangue do Cordeiro, mas sofre por causa do
pecado na sua carne e tem buscado libertação de seu
poder, este artigo irá interessá-lo).
Vamos
começar a nossa meditação bem no início...
no Messias/em Cristo...
Biblicamente
falando existem apenas 2 Reinos em toda a terra:
1. O
Reino das Trevas.
2. O
Reino de Elohim.
Habitam
e fazem parte do Reino das Trevas todos aqueles que nascem naturalmente
neste mundo. Quem governa este Reino é o Adversário
(Yochanan Alef/1 João 5.19).
Habitam
e fazem parte do Reino de Elohim todos aqueles que, pela fé em
Yeshua, o Messias, nasceram de novo (Yochanan/João 3.3).
Todos
nós, talmidim do Senhor Yeshua, pertencíamos ao
primeiro reino, o Reino das Trevas, que é um domínio do
pecado e da morte, e estávamos unidos, por nascimento, ao
representante deste reino: Adam (Adão). Pois o pecado e a
morte entraram no mundo por meio de Adam (Ruhomayah/Romanos 5.12).
Neste
reino de trevas todos os habitantes estão condenados a morte.
Nele, a Torá/Lei confere direito legal ao pecado (a
transgressão da Lei/Torá – Yochanan Alef/1 João
3.4) para condenar à morte todos os seus habitantes que a
transgride. Sim, porque o “aguilhão
da morte (o instrumento que mata) é
o pecado, e a força do pecado (aquilo que o confere
direito para ser um instrumento de morte) é
a Torá/Lei” (Curintayah Alef/1 Coríntios
15.56).
É
por meio da Torá/Lei que as pessoas deste reino são
justificadas ou condenadas (Matitiyahu/Mateus 19.16,17).
Sabendo
isso o pecado se utiliza de algo bom (a Torá –
Ruhomayah/Romanos 7.13,14) para justificar a condenação
de todos os pecadores a morte, como também está escrito
em Yechezeqel/Ezequiel 18.4: ...a alma que
pecar, essa morrerá.
Todos
nós estávamos neste reino, debaixo da Lei, do pecado e
da morte, quando nosso Senhor veio para nos salvar. Para isto Ele,
que é o El Elyon [Poderoso Altíssimo], teve que deixar Sua
glória, Se esvaziar e entrar nesse domínio, nascendo em
semelhança de nossa carne pecaminosa, sob a Lei e sujeito ao
pecado e a morte.
Sabemos
pelas Escrituras que Ele viveu aqui nesta terra de forma impecável
e santa, sem pecar, seja por pensamentos, palavras e ações,
seja por omissão ou por comissão.
Tendo
Se oferecido para morrer em favor dos pecadores (todos nós),
Ele levou sobre Si, no madeiro, as iniquidades de nós todos.
E
assim Ele sofreu, morreu e foi sepultado, como nos ensina as
Escrituras.
Mas,
por conta de Sua vida perfeita e Sua justiça, não foi
possível para a morte retê-lO (Maassei Shelichim/Atos
dos Apóstolos 2.24), e Ele ressuscitou dos mortos.
Em Sua
condição de ressurreto Ele não
pode mais morrer; a morte já
não tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido,
de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver,
vive para Elohim (Ruhomayah 6.9,10).
Por
meio de Sua morte Ele rompeu definitivamente com o domínio do
pecado e da morte, onde viveu temporariamente e sob o qual entrou
voluntariamente para nos salvar.
...porquanto
quem morreu está liberto [justificado] do pecado.
(Ruhomayah/Romanos
6.7)
Ou
seja, quem morreu não pode mais pecar. Quem morreu não está mais sujeito ao poder do pecado. Quem morreu deixou o reino do pecado.
A
morte é a única porta de saída deste mundo.*
Ao ser
ressuscitado pelo grande poder de Elohim, o Mashiach [Messias,
Cristo] foi elevado aos céus, acima
de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo
nome que se possa referir não só no presente século,
mas também no vindouro (Efessayah/Efésios
1.20,21).
Creio
que todos nós, talmidim, sabemos destes fatos, não é?
Mas o
que tudo isso tem a ver com a nossa libertação do poder
do pecado?
TEM
TUDO A VER!
Porque
as Escrituras ensinam que nós, talmidim, fomos unidos a Ele no
início desse processo de transferência de domínio,
de reino, que é a Sua morte.
Ou,
porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados no
Messias Yeshua [em Cristo Jesus] fomos batizados na sua
morte?
(Ruhomayah/Romanos
6.3)
A
palavra batismo aqui não se refere ao batismo com água,
que é apenas simbólico e não realiza todas as
coisas que Sha'ul, o emissário [Paulo, o apóstolo], nos
ensina que este batismo realiza.
Aqui a
palavra batismo aponta para a nossa união com o Messias [no
Messias/em Cristo] (ver o versículo 5, onde o emissário
nos informa que fomos unidos, plantados, com Ele).
É
importantíssimo sabermos e crermos que, por conta desta união
[no Messias/em Cristo] tudo o que aconteceu fisicamente ao
nosso Senhor Yeshua também aconteceu conosco, espiritualmente.
Já aconteceu. O verbo está no passado.
Leia
Ruhomayah/Romanos 6 e verão que a questão não é
meramente alegórica, mas sim a verdade sobre o Messias e nós,
que temos que conhecer e crer.
A
Palavra da Verdade nos diz que Ele (o Senhor Yeshua) foi executado no
madeiro [crucificado], e nós também fomos (v6 – foi
executado no madeiro com ele o nosso velho homem).
Quem é
o nosso velho homem? Era quem nós éramos em união
a Adam, nascidos sob a lei e pertencentes ao domínio do pecado
e da morte.
Este
velho EU morreu com o Mashiach Yeshua e foi com Ele sepultado (v4).
ISTO
JÁ ACONTECEU A TODOS NÓS, QUE CREMOS!
Em
nenhum momento as Escrituras nos ordenam a executar no madeiro
[crucificar] o velho homem, pois isto já foi feito de uma vez
por todas, por meio do Messias [em Cristo/no Messias].
E por
que tivemos que ser executados no madeiro com o Messias? ...para
que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o
pecado como escravos... (Ruhomayah/Romanos 6.6)
Entendam
que eu NÃO estou afirmando que estamos sem pecados ou que
somos incapazes de pecar. Não! Segundo Ruhomayah 6.6 o pecado
ainda permanece em nós, em nosso corpo. O corpo do pecado
deve ser entendido como o nosso corpo sendo utilizado como
instrumento pelo pecado, para sua manifestação.
Com a
nossa união ao Messias em Sua morte nós saímos
da esfera, do domínio do pecado, e não somos mais seus
escravos.
Aqui
abro um parêntese para explicar de forma breve algumas questões
sobre a nossa constituição.
As
Escrituras fazem distinção entre “nós” e
“nosso corpo” (Ruhomayah/Romanos 6.12,13; 7.17). Nós somos
uma alma e temos um espírito e um corpo (Tessalonissayah
Alef/1 Tessalonicenses 5.23).
Por
meio do espírito nos conectamos com a esfera espiritual.
Por
meio do corpo nos conectamos com este mundo físico.
(Por
motivo de brevidade não tratarei a fundo desta questão
neste artigo).
Nosso
espírito e nossa alma já foram grandemente beneficiados
por nossa união com o Senhor [no Messias/em Cristo],
mas nosso corpo ainda aguarda a sua redenção
(Ruhomayah/Romanos 8.23). Não que o corpo seja algo ruim, mau,
mas é por meio dele que o pecado ainda exerce sua influência
em nós.
Prosseguindo,
a nossa união ao Messias [no Messias/em Cristo] não
é somente em Sua morte, mas também em Sua ressurreição.
Porque,
se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte,
certamente, o seremos também na semelhança da sua
ressurreição...
(Ruhomayah
6.5)
Por
meio da nossa união ao Messias [no Messias/em Cristo]
em Sua morte e ressurreição, deixamos o domínio
da morte e do pecado e entramos no Reino de Elohim.
Ele
nos libertou do império das trevas e nos transportou para o
reino do Filho do seu amor...
(Colossayah/Colossenses
1.13)
Agora
já não estamos mais debaixo da Lei, no sentido de que a
Lei não pode mais exercer juízo condenatório
sobre nós (sobre a minha posição
quanto a observância da Torá/Lei pelos talmidim basta
ler os outros artigos deste blog), mas estamos debaixo do
favor, da graça de Elohim, num domínio onde todas
as coisas cooperam para o nosso bem, onde nos
têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à
piedade e onde somos abençoados com
toda sorte de bênção espiritual nas regiões
celestiais no Messias [em Cristo] (Ruhomayah 8.28;
Kefa Beit/2 Pedro 1.3; Efessayah/Efésios 1.3).
Ainda
algo extraordinário que devemos saber e crer é que,
neste novo Reino, há um grande poder operando em nós,
em nosso favor.
É
este grande poder que nos capacita a não cairmos em tentação.
Sha'ul,
o emissário, orou ao Pai para que os talmidim recebessem o
espírito de sabedoria e de revelação a fim de
que eles tivessem pleno conhecimento dEle, para saberem qual
a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a
eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele no
Messias [em Cristo], ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o
sentar à sua direita nos lugares celestiais...
(Efessayah 1.19,20)
Ou
seja, está operando em nós o mesmo grande e glorioso
poder que o Pai operou para ressuscitar o Messias.
Sendo
assim, por que então nós ainda pecamos tão
facilmente?
Para
responder a esta pergunta vou recorrer a uma ilustração
que aprendi com o santo servo de Elohim, David Martyn Lloyd-Jones, de
abençoada memória:
Os 2
reinos – das Trevas e de Elohim – são como 2 campos
separados por uma estrada. Nós saímos do campo da
esquerda – das Trevas – e fomos transportados para o campo da
direita – de Elohim. Apesar de estarmos em um outro campo e o nosso
antigo dono não poder mais nos tocar, ele ainda fica gritando
coisas para nós, e muitos de nós ainda ouvem e
acreditam nele.
Também
pecamos por que:
1. Não
conhecemos (conhecíamos) esta verdade.
2.
Tendo conhecido a verdade, queremos experimentá-la antes de
crer nela (É a fé que concretiza em nós a
verdade).
3. O
pecado ainda habita em nosso corpo e vai continuar habitando enquanto
estivermos nesta terra.
Diante
do exposto, devemos obedecer a exortação de Sha'ul, e
emissário:
...considerai-vos
mortos para o pecado, mas vivos para Elohim, no Messias Yeshua
[em Cristo Jesus].
(Ruhomayah/Romanos
6.11)
A
ainda:
12Não
reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que
obedeçais às suas paixões; 13nem
ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como
instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Elohim, como
ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Elohim, como
instrumentos de justiça. 14Porque o pecado não
terá domínio sobre vós; pois não estais
debaixo da lei, e sim da graça.
(Ruhomayah/Romanos
6.12-14)
Devemos
crer na Palavra, meus irmãos, minhas irmãs. Devemos
crer na verdade. Somente depois da fé é que teremos a
experiência. Não olhe primeiro para si mesmo para ver se
tais verdades estão presentes em sua vida. Primeiro devemos
olhar para o Mashiach Yeshua e vermos tudo o que Ele fez e o que
aconteceu com Ele. Depois temos que entender e crer que, por termos
sido batizados (unidos) nEle, tudo o que aconteceu com Ele também
aconteceu conosco.
A
mesma fé que tivemos em relação ao perdão
de nossos pecados devemos ter sobre a nossa libertação
do domínio do pecado.
Nós
não vimos o Senhor sendo executado no madeiro, não
vimos os nossos pecados sendo levados por Ele em Sua carne, não
vimos a Sua ressurreição, mas cremos em tudo isso
porque a Palavra assim nos ensina. E, uma vez crendo, o Espírito
Santo aplica a verdade em nossas vidas e assim experimentamos a paz
do perdão e da reconciliação com o Pai.
Como
Watchman Nee, de abençoada memória, bem ilustrou uma
vez: Se você colocar uma nota dentro de um livro e queimar este
livro, o que acontece com a nota? E se este livro fosse trazido
novamente a existência, o que seria da nota?
Assim
também é conosco.
Para
tanto é necessário conhecer a verdade e crer nela.
Somente assim somos libertos.
E não
só do pecado, mas também da morte. Sim, meus amados,
minhas amadas.
Quando
conheci esta verdade tive um pensamento bem interessante sobre a
questão da nossa morte. Lembrei de uma cena – não sei
se presencie pessoalmente ou se vi num filme – onde havia uma
grande fila para entrar em um determinado ambiente. Na entrada deste
ambiente havia alguém que identificava as pessoas que iam
entrar e, depois de identificadas, ele abria a passagem para elas. Em
determinado momento chega alguém que não estava na fila
e que se dirige diretamente a aquela pessoa que está na
entrada do ambiente, lhe apresentando uma credencial. Rapidamente a
passagem é aberta para esse alguém e ele entra no
ambiente, mas vai para um outro recinto, tipo uma sala vip, onde as
outras pessoas não tem acesso.
Assim
também será conosco, os que cremos no Salvador Yeshua,
o Messias, nosso Senhor. Entraremos na morte apenas de passagem
porque, assim como a morte não pode reter o nosso Senhor,
também não poderá nos deter, uma vez que estamos
unidos a Ele. Ou seja, estamos em Cristo, estamos no
Messias.
Assim,
podemos dizer:
Onde
está, ó morte, a tua vitória? Onde está,
ó morte, o teu aguilhão?
(Curintayah
Alef/1 Coríntios 15.55)
Bendito
seja o nosso Elohim e Pai por ter nos amado tanto que nos deu o Seu
Filho unigênito, o Messias Yeshua, para crermos nEle e sermos
por Ele salvos.
Bendito
seja o nosso Senhor e Salvador Yeshua, o Messias, El Elyon, que nos
amou e por nós se sacrificou, nos concedendo salvação
eterna.
Bendito
seja a Ruach Elohim [o Espírito Santo] que nos batizou no
Messias Yeshua, nos unindo a Ele para recebermos tão grande
salvação.
Ao
nosso Elohim, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o
domínio pelos séculos dos séculos.
A
todos os meus queridos, amados e preciosos irmãos,
A
todas as minhas queridas, amadas e preciosas irmãs,
em
Cristo/
no
Messias,
Yossef Franco
* Chanokh [Enoque] e Eliyahu [Elias] são exceções e não a regra.
* Chanokh [Enoque] e Eliyahu [Elias] são exceções e não a regra.