segunda-feira, 11 de agosto de 2014

NO MESSIAS [EM CRISTO]


Há alguns dias atrás, após receber algo que busquei por muitos anos, senti o desejo de encontrar uma pequena frase nas Escrituras que resumisse tudo isto que recebi da parte do Pai, para que, por meio dela, eu pudesse me lembrar a cada instante, em minha peregrinação por esta terra, neste Caminho, de todo o bem que me foi feito. Demorou apenas alguns segundos para que a Ruach HaKodesh [o Espírito Santo] viesse em meu socorro, não só me concedendo a frase desejada, como também fazendo aquilo que Ela [Ele] mais gosta de fazer: Glorificar o Messias Yeshua [Cristo Jesus] (Yochanan/João 16.14). A frase que a Ruach me deu foi:

NO MESSIAS [EM CRISTO]

Creio que todos os talmidim [discípulos] do Senhor Yeshua sabem que esta expressão – “no Messias/em Cristo” – significa “em união ao Messias/Cristo”, na maioria das vezes em que ela aparece nas Escrituras.

O que poucos sabem (ou se sabem, sabem apenas de forma superficial) é que:

1. TODOS os que cremos em Yeshua, o Messias, fomos unidos a Ele.
2. Esta é a verdade mais libertadora de toda a Escritura.

(Se você é daqueles que já teve seus pecados perdoados por meio do sangue do Cordeiro, mas sofre por causa do pecado na sua carne e tem buscado libertação de seu poder, este artigo irá interessá-lo).

Vamos começar a nossa meditação bem no início... no Messias/em Cristo...

Biblicamente falando existem apenas 2 Reinos em toda a terra:

1. O Reino das Trevas.
2. O Reino de Elohim.

Habitam e fazem parte do Reino das Trevas todos aqueles que nascem naturalmente neste mundo. Quem governa este Reino é o Adversário (Yochanan Alef/1 João 5.19).

Habitam e fazem parte do Reino de Elohim todos aqueles que, pela fé em Yeshua, o Messias, nasceram de novo (Yochanan/João 3.3).

Todos nós, talmidim do Senhor Yeshua, pertencíamos ao primeiro reino, o Reino das Trevas, que é um domínio do pecado e da morte, e estávamos unidos, por nascimento, ao representante deste reino: Adam (Adão). Pois o pecado e a morte entraram no mundo por meio de Adam (Ruhomayah/Romanos 5.12).

Neste reino de trevas todos os habitantes estão condenados a morte. Nele, a Torá/Lei confere direito legal ao pecado (a transgressão da Lei/Torá – Yochanan Alef/1 João 3.4) para condenar à morte todos os seus habitantes que a transgride. Sim, porque o aguilhão da morte (o instrumento que mata) é o pecado, e a força do pecado (aquilo que o confere direito para ser um instrumento de morte) é a Torá/Lei” (Curintayah Alef/1 Coríntios 15.56).

É por meio da Torá/Lei que as pessoas deste reino são justificadas ou condenadas (Matitiyahu/Mateus 19.16,17).

Sabendo isso o pecado se utiliza de algo bom (a Torá – Ruhomayah/Romanos 7.13,14) para justificar a condenação de todos os pecadores a morte, como também está escrito em Yechezeqel/Ezequiel 18.4: ...a alma que pecar, essa morrerá.

Todos nós estávamos neste reino, debaixo da Lei, do pecado e da morte, quando nosso Senhor veio para nos salvar. Para isto Ele, que é o El Elyon [Poderoso Altíssimo], teve que deixar Sua glória, Se esvaziar e entrar nesse domínio, nascendo em semelhança de nossa carne pecaminosa, sob a Lei e sujeito ao pecado e a morte.

Sabemos pelas Escrituras que Ele viveu aqui nesta terra de forma impecável e santa, sem pecar, seja por pensamentos, palavras e ações, seja por omissão ou por comissão.

Tendo Se oferecido para morrer em favor dos pecadores (todos nós), Ele levou sobre Si, no madeiro, as iniquidades de nós todos.

E assim Ele sofreu, morreu e foi sepultado, como nos ensina as Escrituras.

Mas, por conta de Sua vida perfeita e Sua justiça, não foi possível para a morte retê-lO (Maassei Shelichim/Atos dos Apóstolos 2.24), e Ele ressuscitou dos mortos.

Em Sua condição de ressurreto Ele não pode mais morrer; a morte já não tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Elohim (Ruhomayah 6.9,10).

Por meio de Sua morte Ele rompeu definitivamente com o domínio do pecado e da morte, onde viveu temporariamente e sob o qual entrou voluntariamente para nos salvar.

...porquanto quem morreu está liberto [justificado] do pecado.
(Ruhomayah/Romanos 6.7)

Ou seja, quem morreu não pode mais pecar. Quem morreu não está mais sujeito ao poder do pecado. Quem morreu deixou o reino do pecado.

A morte é a única porta de saída deste mundo.*

Ao ser ressuscitado pelo grande poder de Elohim, o Mashiach [Messias, Cristo] foi elevado aos céus, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro (Efessayah/Efésios 1.20,21).

Creio que todos nós, talmidim, sabemos destes fatos, não é?

Mas o que tudo isso tem a ver com a nossa libertação do poder do pecado?

TEM TUDO A VER!

Porque as Escrituras ensinam que nós, talmidim, fomos unidos a Ele no início desse processo de transferência de domínio, de reino, que é a Sua morte.

Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados no Messias Yeshua [em Cristo Jesus] fomos batizados na sua morte?
(Ruhomayah/Romanos 6.3)

A palavra batismo aqui não se refere ao batismo com água, que é apenas simbólico e não realiza todas as coisas que Sha'ul, o emissário [Paulo, o apóstolo], nos ensina que este batismo realiza.

Aqui a palavra batismo aponta para a nossa união com o Messias [no Messias/em Cristo] (ver o versículo 5, onde o emissário nos informa que fomos unidos, plantados, com Ele).

É importantíssimo sabermos e crermos que, por conta desta união [no Messias/em Cristo] tudo o que aconteceu fisicamente ao nosso Senhor Yeshua também aconteceu conosco, espiritualmente. Já aconteceu. O verbo está no passado.

Leia Ruhomayah/Romanos 6 e verão que a questão não é meramente alegórica, mas sim a verdade sobre o Messias e nós, que temos que conhecer e crer.

A Palavra da Verdade nos diz que Ele (o Senhor Yeshua) foi executado no madeiro [crucificado], e nós também fomos (v6 – foi executado no madeiro com ele o nosso velho homem).

Quem é o nosso velho homem? Era quem nós éramos em união a Adam, nascidos sob a lei e pertencentes ao domínio do pecado e da morte.

Este velho EU morreu com o Mashiach Yeshua e foi com Ele sepultado (v4).

ISTO JÁ ACONTECEU A TODOS NÓS, QUE CREMOS!

Em nenhum momento as Escrituras nos ordenam a executar no madeiro [crucificar] o velho homem, pois isto já foi feito de uma vez por todas, por meio do Messias [em Cristo/no Messias].

E por que tivemos que ser executados no madeiro com o Messias? ...para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos... (Ruhomayah/Romanos 6.6)

Entendam que eu NÃO estou afirmando que estamos sem pecados ou que somos incapazes de pecar. Não! Segundo Ruhomayah 6.6 o pecado ainda permanece em nós, em nosso corpo. O corpo do pecado deve ser entendido como o nosso corpo sendo utilizado como instrumento pelo pecado, para sua manifestação.

Com a nossa união ao Messias em Sua morte nós saímos da esfera, do domínio do pecado, e não somos mais seus escravos.

Aqui abro um parêntese para explicar de forma breve algumas questões sobre a nossa constituição.

As Escrituras fazem distinção entre “nós” e “nosso corpo” (Ruhomayah/Romanos 6.12,13; 7.17). Nós somos uma alma e temos um espírito e um corpo (Tessalonissayah Alef/1 Tessalonicenses 5.23).

Por meio do espírito nos conectamos com a esfera espiritual.

Por meio do corpo nos conectamos com este mundo físico.

(Por motivo de brevidade não tratarei a fundo desta questão neste artigo).

Nosso espírito e nossa alma já foram grandemente beneficiados por nossa união com o Senhor [no Messias/em Cristo], mas nosso corpo ainda aguarda a sua redenção (Ruhomayah/Romanos 8.23). Não que o corpo seja algo ruim, mau, mas é por meio dele que o pecado ainda exerce sua influência em nós.

Prosseguindo, a nossa união ao Messias [no Messias/em Cristo] não é somente em Sua morte, mas também em Sua ressurreição.

Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição...
(Ruhomayah 6.5)

Por meio da nossa união ao Messias [no Messias/em Cristo] em Sua morte e ressurreição, deixamos o domínio da morte e do pecado e entramos no Reino de Elohim.

Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor...
(Colossayah/Colossenses 1.13)

Agora já não estamos mais debaixo da Lei, no sentido de que a Lei não pode mais exercer juízo condenatório sobre nós (sobre a minha posição quanto a observância da Torá/Lei pelos talmidim basta ler os outros artigos deste blog), mas estamos debaixo do favor, da graça de Elohim, num domínio onde todas as coisas cooperam para o nosso bem, onde nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade e onde somos abençoados com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais no Messias [em Cristo] (Ruhomayah 8.28; Kefa Beit/2 Pedro 1.3; Efessayah/Efésios 1.3).

Ainda algo extraordinário que devemos saber e crer é que, neste novo Reino, há um grande poder operando em nós, em nosso favor.

É este grande poder que nos capacita a não cairmos em tentação.

Sha'ul, o emissário, orou ao Pai para que os talmidim recebessem o espírito de sabedoria e de revelação a fim de que eles tivessem pleno conhecimento dEle, para saberem qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele no Messias [em Cristo], ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais... (Efessayah 1.19,20)

Ou seja, está operando em nós o mesmo grande e glorioso poder que o Pai operou para ressuscitar o Messias.

Sendo assim, por que então nós ainda pecamos tão facilmente?

Para responder a esta pergunta vou recorrer a uma ilustração que aprendi com o santo servo de Elohim, David Martyn Lloyd-Jones, de abençoada memória:

Os 2 reinos – das Trevas e de Elohim – são como 2 campos separados por uma estrada. Nós saímos do campo da esquerda – das Trevas – e fomos transportados para o campo da direita – de Elohim. Apesar de estarmos em um outro campo e o nosso antigo dono não poder mais nos tocar, ele ainda fica gritando coisas para nós, e muitos de nós ainda ouvem e acreditam nele.

Também pecamos por que:

1. Não conhecemos (conhecíamos) esta verdade.
2. Tendo conhecido a verdade, queremos experimentá-la antes de crer nela (É a fé que concretiza em nós a verdade).
3. O pecado ainda habita em nosso corpo e vai continuar habitando enquanto estivermos nesta terra.

Diante do exposto, devemos obedecer a exortação de Sha'ul, e emissário:

...considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Elohim, no Messias Yeshua [em Cristo Jesus].
(Ruhomayah/Romanos 6.11)

A ainda:

12Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; 13nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Elohim, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Elohim, como instrumentos de justiça. 14Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.
(Ruhomayah/Romanos 6.12-14)

Devemos crer na Palavra, meus irmãos, minhas irmãs. Devemos crer na verdade. Somente depois da fé é que teremos a experiência. Não olhe primeiro para si mesmo para ver se tais verdades estão presentes em sua vida. Primeiro devemos olhar para o Mashiach Yeshua e vermos tudo o que Ele fez e o que aconteceu com Ele. Depois temos que entender e crer que, por termos sido batizados (unidos) nEle, tudo o que aconteceu com Ele também aconteceu conosco.

A mesma fé que tivemos em relação ao perdão de nossos pecados devemos ter sobre a nossa libertação do domínio do pecado.

Nós não vimos o Senhor sendo executado no madeiro, não vimos os nossos pecados sendo levados por Ele em Sua carne, não vimos a Sua ressurreição, mas cremos em tudo isso porque a Palavra assim nos ensina. E, uma vez crendo, o Espírito Santo aplica a verdade em nossas vidas e assim experimentamos a paz do perdão e da reconciliação com o Pai.

Como Watchman Nee, de abençoada memória, bem ilustrou uma vez: Se você colocar uma nota dentro de um livro e queimar este livro, o que acontece com a nota? E se este livro fosse trazido novamente a existência, o que seria da nota?

Assim também é conosco.

Para tanto é necessário conhecer a verdade e crer nela. Somente assim somos libertos.

E não só do pecado, mas também da morte. Sim, meus amados, minhas amadas.

Quando conheci esta verdade tive um pensamento bem interessante sobre a questão da nossa morte. Lembrei de uma cena – não sei se presencie pessoalmente ou se vi num filme – onde havia uma grande fila para entrar em um determinado ambiente. Na entrada deste ambiente havia alguém que identificava as pessoas que iam entrar e, depois de identificadas, ele abria a passagem para elas. Em determinado momento chega alguém que não estava na fila e que se dirige diretamente a aquela pessoa que está na entrada do ambiente, lhe apresentando uma credencial. Rapidamente a passagem é aberta para esse alguém e ele entra no ambiente, mas vai para um outro recinto, tipo uma sala vip, onde as outras pessoas não tem acesso.

Assim também será conosco, os que cremos no Salvador Yeshua, o Messias, nosso Senhor. Entraremos na morte apenas de passagem porque, assim como a morte não pode reter o nosso Senhor, também não poderá nos deter, uma vez que estamos unidos a Ele. Ou seja, estamos em Cristo, estamos no Messias.

Assim, podemos dizer:

Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
(Curintayah Alef/1 Coríntios 15.55)

Bendito seja o nosso Elohim e Pai por ter nos amado tanto que nos deu o Seu Filho unigênito, o Messias Yeshua, para crermos nEle e sermos por Ele salvos.

Bendito seja o nosso Senhor e Salvador Yeshua, o Messias, El Elyon, que nos amou e por nós se sacrificou, nos concedendo salvação eterna.

Bendito seja a Ruach Elohim [o Espírito Santo] que nos batizou no Messias Yeshua, nos unindo a Ele para recebermos tão grande salvação.

Ao nosso Elohim, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.

A todos os meus queridos, amados e preciosos irmãos,
A todas as minhas queridas, amadas e preciosas irmãs,

em Cristo/
no Messias,

Yossef Franco

* Chanokh [Enoque] e Eliyahu [Elias] são exceções e não a regra.