Este
artigo tem por objetivo ressaltar a Verdade de que estamos de passagem por este
mundo, que não temos pátria aqui, que este não é o nosso lar, que aqui nesta
terra somos apenas forasteiros e peregrinos,
conforme a Ruach HaKodesh [o Espírito Santo] nos ensinou por meio de Kefa
[Pedro]:
Amados, exorto-vos, como peregrinos e
forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra
contra a alma...
(Kefa Alef/1 Pedro 2.11)
Para
cumprirmos o nosso objetivo começaremos entendendo como nos tornamos
estrangeiros nesta terra e faremos isso olhando para o Messias Yeshua [Cristo
Jesus], o Autor e Consumador de nossa fé, pois toda a Verdade tem início nEle.
Sabemos,
por meio das Escrituras, que antes de crermos no Senhor Yeshua todos nós éramos
cidadãos deste mundo, onde o Adversário é o príncipe e “deus”. Todos nós éramos
súditos deste reino.
Para
nos salvar, nosso Senhor teve que entrar nesse domínio, por meio de seu
nascimento em semelhança de nossa carne pecaminosa.
Depois
de viver uma vida imaculada Ele foi voluntariamente para o madeiro, onde levou
sobre Si as nossas iniquidades.
Foi
por meio de Sua morte que Ele deixou este domínio do Adversário e, por meio da
Sua ressurreição, Ele retornou ao Reino de Elohim.
Nos
demais artigos deste Blog (principalmente o artigo “NO MESSIAS”) tenho me
esforçado para explicar os aspectos de nossa união com o Senhor em Sua morte e
em Sua ressurreição, bem como a grande libertação que obtemos em decorrência
destes fatos. É fundamental entendermos e conhecermos a verdade que não só o
Senhor Yeshua deixou este reino por meio de Sua morte, mas nós também, pois
todos nós, os que cremos, fomos unidos ao Senhor em Sua morte.
3Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos
batizados no Messias Yeshua fomos batizados na sua morte? 4Fomos,
pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como o Messias foi
ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em
novidade de vida. 5Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da
sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição...
(Ruhomayah/Romanos 6.3-5)
Sendo
a morte a única porta de saída deste mundo, nosso Senhor teve que passar por
ela, porém, ao contrário daqueles que morrem em pecado, Ele não foi por ela
retido (Maassei Shelichim/Atos dos Apóstolos 2.24).
É por
causa do rompimento do Senhor com este mundo por meio de Sua morte e o nosso
entendimento de que fomos e estamos unidos a Ele, não só em Sua morte, mas
também em Sua ressurreição (Ruhomayah/Romanos 6.5), que temos base para nos
considerarmos forasteiros e peregrinos neste mundo.
É por
meio desta base também que Sha'ul, o emissário [Paulo, o apóstolo], pôde
afirmar que o mundo estava executado para ele e ele para o mundo
(Galutyah/Gálatas 6.14).
Mas
antes de termos em nós esta experiência de nos vermos como forasteiros e
peregrinos, temos que olhar para Yeshua, o Senhor, e vermos como Ele rompeu com
este domínio de pecado. Daí, por meio da fé nEle e no que Ele fez, oferecemos a
Ruach HaKodesh [o Espírito Santo] a matéria prima para que Ela [Ele] nos
proporcione a experiência.
Confesso
que tenho orado muito ultimamente para ter esta experiência de uma consciência
prática e até mesmo constante de que este mundo não é o meu lar, que não tenho
pátria aqui e que estou caminhando para o meu verdadeiro destino, o meu
verdadeiro lar.
Isto
porque tenho aspirado por uma pátria superior, que é celestial (Ivrim/Hebreus
11.16) e não quero ter nenhum tipo de laço neste mundo que me impeça de
usufruir plenamente da Vida abundante que o Senhor preparou para mim [para
nós].
E não
vejo melhor remédio para nos libertarmos deste mundo, dos seus prazeres e de
suas preocupações, do que uma visão clara e constante de que estamos apenas de
passagem por aqui.
Para
tanto, não podemos ficar apenas com o nosso entendimento intelectual sobre o
assunto. O intelecto é bom, mas não é suficiente para nos dar uma experiência
de libertação deste mundo. Temos que pedir insistentemente e clamarmos para que
o Senhor, por meio de Sua Ruach [Espírito], nos guie a toda a Verdade. Que Ele
nos faça “conhecer” a Verdade que, por meio de nossa união ao Senhor em Sua
morte, fomos libertados deste mundo (Colossayah/Colossenses 1.13).
E
conhecimento (daat, no hebraico) significa “conhecimento prático, saber por
experiência, perceber e ver”.
Só
temos conhecimento/daat quando a “ficha cai” e a Verdade fica tão clara para
nós que podemos até mesmo dizer que a estamos vendo.
Temos
que pedir, buscar, bater (Matitiyahu/Mateus 7.7), sem esmorecer, de forma
insistente e até mesmo importuna (Lucas 18.1-5), até que o Senhor atenda as
nossas súplicas por conhecimento da Verdade.
Apenas
para a vossa edificação contarei uma experiência que tive recentemente e que me
marcou profundamente:
Eu
havia terminado de orar ao Eterno pela manhã e tinha, como das outras vezes,
entre tantos motivos de oração, suplicado para que Ele me conduzisse a uma
experiência de total desapego a este mundo. Ao entrar em casa fui preparar o
café da manhã de minha filha e, neste processo, o Eterno me conduziu a um
pensamento muito forte sobre minha [nossa] relação com este mundo. Enquanto
preparava o café de minha filha eu me vi como se fosse um turista e estivesse
num hotel, numa localidade qualquer. Se você já viajou e ficou em algum hotel
ou na casa de algum parente ou amigo, conhece muito bem a sensação de estar num
local que não é o seu. Você está ali, naquele hotel, naquela casa, sai pra
passear, olha a paisagem, se diverte, mas sabe, no íntimo, que você não
pertence a aquele lugar. Você está naquela localidade, mas não se envolve com
ela, porque sabe que está apenas de passagem por lá. As coisas que lá
acontecem só dizem respeito aos seus cidadãos e não a você, que não é de lá.
Independente dos dias em que ali estará você sabe que, em breve, a diária ou a
visita vai se encerrar e você terá que partir... para o seu verdadeiro lar.
Este
pensamento foi muito forte e permaneceu comigo boa parte do dia e a sua marca
permanece até hoje, e tenho tentado trazê-lo a memória sempre que posso, a fim
de praticar a Verdade de que sou forasteiro
e peregrino nesta terra.
Meus
irmãos, minhas irmãs, muitos de nós não temos percebido, mas, além da carne e
do Adversário, o mundo é também o nosso inimigo. O mundo é a forma mais
dissimulada de ataque do Adversário contra o Corpo do Messias e é uma de suas
maiores armas. Tanto que o Senhor Yeshua e os emissários nos alertaram para
tomarmos cuidado com ele (Lucas 21.34; Yaaqov/Tiago 4.4; Yochanan Alef/1 João
2.15).
E a
melhor forma de lidarmos com o mundo é conhecermos a Verdade de que não só não
pertencemos mais a ele, mas estamos aqui apenas de passagem.
Pois a nossa pátria está nos céus, de onde
também aguardamos o Salvador, o Senhor Yeshua, o Messias...
(Filipissayah/Filipenses 3.20)
Diante
do exposto, creio que a nossa única alternativa é nos prepararmos, nos
purificando, conforme nos orientou a Ruach HaKodesh, por meio de Yochanan, o
emissário [João, o apóstolo]:
2Amados, agora, somos filhos de Elohim, e ainda
não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se
manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. 3E
a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é
puro.
(Yochanan Alef/1 João 3.2,3)
Que o
Eterno, por meio de Sua Ruach, nos conduza a toda a Verdade.
Yossef Franco