sábado, 25 de junho de 2016

6º ESTUDO SOBRE A CARNE

A CRUZ E A CARNE
(REFERÊNCIA: O Homem Espiritual, Vol. I – Watchman Nee, Edições Parousia.)

Qual o objetivo deste estudo?

Chegarmos todos juntos ao estágio de Galutyah/Gálatas 5.16,24:

[...] Vivam pela Ruach [Espírito], e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne... Os que pertencem ao Messias Yeshua [Cristo Jesus] crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos.

É muito importante a leitura do estudo anterior para o melhor entendimento deste estudo.

1. Em que devemos crer?

No estudo anterior falamos da importância da nossa fé na Palavra e que a mesma deve ser um exercício constante em nosso dia-a-dia, em nossas vidas. Ou seja, a fé não é apenas um ato, mas também uma atitude que devemos ter e manter em todo o Caminho.

[...] como recebestes o Messias Yeshua, o Senhor, assim andai nele... (Cl 2.6)

[...] 1corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, 2olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Yeshua... (Hb 12.1,2)

O justo viverá pela fé (Rm 1.17).

P: No caso, no trato com a carne, em qual Verdade objetiva, em qual porção da Palavra, da Bíblia, devemos crer?
R: Na porção que trata da obra que o nosso Senhor e Salvador Yeshua, o Messias, realizou por nós na cruz do Calvário.

2. Dois aspectos da cruz

Geralmente quando falamos sobre a cruz nossa mente rapidamente nos traz à lembrança de que foi lá onde o nosso Senhor Yeshua morreu em nosso lugar, nos substituindo e pagando assim o preço por nossos pecados.

Isto é verdade... mas não é toda a verdade...

A verdade vai muito além, pois a obra do Senhor visa bem mais que o nosso perdão pela culpa dos pecados cometidos. A obra que o Senhor fez e está fazendo em nós nos possibilita sermos pessoas diferentes do que éramos antes de crermos nEle.

E, assim, se alguém está no Messias, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
(2 Co 5.17)

Infelizmente muitos talmidim [discípulos] desconhecem esse fato de que nosso Senhor fez muito mais naquela cruz do que “apenas” providenciar o perdão pelos nossos pecados.

Ali, no madeiro, nosso Senhor desferiu um golpe mortal contra a carne e é sobre esse aspecto da cruz, a identificação, que iremos tratar neste estudo.

A obra de nosso Senhor Yeshua, o Messias, na cruz do Calvário possui dois aspectos:

- Substituição.
- Identificação.

Sobre a obra de substituição não iremos falar mais do que já falamos, uma vez que a mesma é do conhecimento geral de todos os talmidim.

Tratemos então da parte que a maioria desconhece, que é a obra de identificação.

Vejamos o texto de Rm 6.1-14 e, durante a leitura, notem as palavras que foram ressaltadas e o que elas afirmam, pois tais palavras são a Verdade objetiva que a nossa fé deve alcançar:


1Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? 2De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? 3Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos imergidos [unidos] no Messias Yeshua fomos imergidos [unidos] na sua morte? 4Fomos, pois, sepultados com ele na morte pela imersão; para que, como o Messias foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. 5Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, 6sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; 7porquanto quem morreu está justificado [liberto] do pecado. 8Ora, se já morremos com o Messias, cremos que também com ele viveremos, 9sabedores de que, havendo o Messias ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele. 10Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Elohim. 11Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Elohim, em união ao Messias Yeshua. 12Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; 13nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Elohim, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Elohim, como instrumentos de justiça. 14Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.


A Verdade objetiva que Sha’ul, o emissário [Paulo, o apóstolo], nos apresenta nesse texto (e em vários outros de suas cartas) é que não foi apenas o Senhor Yeshua, o Messias, que morreu no madeiro, mas nós também.

[...] um morreu por todos; logo, todos morreram (2 Co 5.14).

A cruz do Senhor Yeshua é também a nossa cruz!

3. O livramento do domínio e poder do pecado

No texto de Rm 6.6 encontramos os seguintes elementos:

v O pecado = O poder que escraviza e leva o homem a pecar, transgredindo a vontade do Eterno (1 Jo 3.4).
v O velho homem = Quem nós éramos antes de crermos no Senhor Yeshua.
v O corpo do pecado = Nosso corpo, que o pecado usa para se manifestar.

P: Por que pecamos?
R: Porque aceitamos a oferta e os argumentos que o pecado nos oferece no momento da tentação.

A tentação em si não é pecado e pode vir de duas fontes:

v Externas = Por meio do mundo e do Adversário.
v Interna = Por meio da carne.

Quando é interna o pecado, que habita em nosso corpo, busca atrair o velho homem para que ele atenda às suas reivindicações. Como o velho homem não tem compromisso com a vontade do Eterno, está acostumado a seguir os desejos do corpo (ver as 3 necessidades do corpo no estudo nº 2 – A QUEDA E SUAS CONSEQUÊNCIAS) e até mesmo gosta de pecar, aceita a tentação e consuma o pecado.

E assim o corpo se torna o veículo pelo qual o homem pratica o seu pecado de cada dia.

[...] 14cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. 15Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.
(Tg 1.14,15)

P: Como o Senhor faz para desmontar esse processo?
R: Ele crucifica o velho homem.

O Eterno não age diretamente na raiz do pecado, nem no corpo do pecado, mas no velho homem, crucificando-o.

E Ele assim o faz porque o velho homem é também o nosso velho ego/eu, a nossa antiga personalidade, a nossa velha alma, a sede de nossa vontade (ver o estudo nº 1 – O SER HUMANO E A SUA CONSTITUIÇÃO).

P: Qual a finalidade da crucificação do velho homem?
R: Rm 6.6 – para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos.

Ou seja, a crucificação do velho homem tem duas finalidades:

v Para que o corpo, como instrumento do pecado, seja anulado, desfeito, tornado ineficaz.
v Para que não mais sirvamos ao pecado.

Sem a presença do velho homem o pecado não tem mais como contar com o seu antigo escravo, que estava sempre pronto para atender aos seus desejos.

E assim nosso corpo é libertado da escravidão do pecado ([...]não sirvamos o pecado como escravos.)


Nesse primeiro momento a nossa maior preocupação é estar sempre...

4. Olhando para o Senhor Yeshua, o Messias

Nesse processo de libertação do poder do pecado temos que nos esforçar para observar constantemente a orientação dada pelo autor da Carta aos Hebreus:

[...] 1desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, 2olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Yeshua...
(Hb 12.1,2)

Isso é de vital importância porque o maior problema que enfrentamos quando estamos diante de Verdades objetivas é queremos ter a experiência subjetiva (a Verdade subjetiva) antes de crermos realmente naquilo que o Senhor fez por nós (a Verdade objetiva).

Geralmente isso acontece porque temos o entendimento equivocado de que basta entender algo intelectualmente para termos posse da verdade.

Pensamos, conscientes ou não, que o intelecto substitui a fé ou então se equipara a ela.

E ainda, confundimos entendimento com conhecimento.

Nosso Senhor afirmou:

[...] conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
(Jo 8.32)

E muitos pensam que Ele está falando sobre o entendimento intelectual.

Conhecimento é conhecer por experiência.

É “ver” a Verdade de uma forma tão clara que não podemos fazer outra coisa senão torná-la parte de nossas vidas.

Conhecemos a Verdade quando a “ficha cai” e tudo fica claro para nós.

Nossa parte nesse processo não é produzir a Verdade subjetiva, a parte experimental, a experiência interior, uma vez que isso só pode ser feito pela Ruach HaKodesh [Espírito Santo].

Nossa parte é crer na Verdade objetiva, nas coisas que o texto de Rm 6.1-14 afirmam que foram feitas em nosso favor.

A nossa parte é crer nos fatos, na realidade espiritual.

E, para tanto, é bom lembrar que o Eterno geralmente nunca nos pede para crermos em coisas que são possíveis para nós. Ou seja, Ele quer que creiamos naquilo que é impossível para os homens, mas não para Ele.

Ele quer que Avraham [Abraão], um homem de quase 100 anos, creia que terá um filho, gerado por sua esposa estéril de 90 anos (Gn 17; 18.14).

Ele quer que Mosheh [Moisés] acredite que, em pleno deserto, alimentará com carne 600 mil homens, fora mulheres e crianças, por 1 mês (Nm 11.13-23).

Ele quer que Yehoshua [Josué] creia que uma cidade fortificada irá ser derrubada apenas por toques de trombetas e gritos (Js 6.1-5).

Ele quer que Gideon [Gideão] creia que irá derrotar um grande exército de inimigos com apenas 300 homens (Jz 7.7,12).

Ele quer que todos nós acreditemos em Sua Palavra.

Nossa parte é crer/confiar naquilo que o Senhor está nos dizendo em Sua Palavra, fornecendo assim, por meio da nossa fé, a matéria prima para que a Ruach HaKodesh possa operar dentro de nós tudo aquilo que foi feito fora de nós por meio do Senhor Yeshua, o Messias.

Se assim o fizermos andaremos sobre as águas, caso contrário afundaremos (Mt 14.25-30).


Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Elohim?
(Jo 11.40)

Yossef Franco      

quarta-feira, 15 de junho de 2016

5º ESTUDO SOBRE A CARNE

A FÉ, A PALAVRA E A CARNE
(REFERÊNCIA: Vida Cristã Equilibrada – Watchman Nee, Editora dos Clássicos)

Qual o objetivo deste estudo?

Chegarmos todos juntos ao estágio de Galutyah/Gálatas 5.16,24:

[...] Vivam pela Ruach [Espírito], e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne... Os que pertencem ao Messias Yeshua [Cristo Jesus] crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos.

1. A importância da fé na mortificação da carne


Prosseguindo em nosso propósito de alcançarmos o objetivo proposto nesta Série iremos hoje abordar alguns temas de fundamental importância para o nosso sucesso.

De antemão é necessário que se diga que se o talmid [discípulo] não conhecer e praticar as verdades que serão tratadas aqui neste Estudo, pouco ou nenhum progresso ele terá na obra de mortificação de sua carne.

O primeiro tema é a fé.

P: O que é a fé?
R: Hb 11.1: Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.

Além do conceito do texto de Hebreus, creio também ser útil sabermos que a palavra do hebraico traduzida como fé nas Bíblia em português, emuná (אמונה), que significa firmeza, fidelidade, estabilidade, é traduzida muitas vezes como "agir em confiança”.

Logo, fé não é apenas acreditar em algo. A fé vai mais além. Para que haja realmente fé é necessário que se tome uma atitude em relação ao que se crê.

Um bom exemplo de fé verdadeira pode ser visto na vida de Avraham [Abraão], em Gn 12.1-5:

1Ora, disse Yahweh a Avram [Abrão]: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; 2de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! 3Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra. 4Partiu, pois, Avram, como lho ordenara Yahweh, e Lot [Ló] foi com ele. Tinha Avram setenta e cinco anos quando saiu de Charan. 5Levou Avram consigo a Sarai, sua mulher, e a Lot, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as pessoas que lhes acresceram em Charan. Partiram para a terra de Kenaan [Canaã]; e lá chegaram.

Avraham não se limitou a acreditar que o Eterno iria realmente abençoá-lo e fazer dele uma grande nação, mas agiu de acordo com a Palavra que ele recebeu e creu. Ou seja, ele não ficou onde estava, mas partiu em busca da promessa.

Sobre isso o autor de Hebreus escreveu, em Hb 11.8-10:

8Pela fé, Avraham, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia. 9Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Ytzchaq [Isaque] e Yaaqov [Jacó], herdeiros com ele da mesma promessa;  10porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Elohim é o arquiteto e edificador.

Se Avraham tivesse continuado ali na terra de seus parentes será que poderíamos dizer que ele tinha fé no Eterno? Claro que não, uma vez que fé não é somente acreditar, mas envolve também o agir, o tomar uma atitude, o se mover de acordo com aquilo em que se creu.

A vontade do Eterno não era apenas que Avraham acreditasse na promessa, mas que agisse para que a promessa fosse por ele alcançada. Ou seja, Avraham deveria deixar a sua terra, vivendo assim a fé.

E não podemos deixar de mencionar neste Estudo o fato de que é por meio da fé que temos acesso a salvação no Messias Yeshua.

Porque Elohim amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3.16)

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Elohim... (Ef 2.8)

Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Elohim por meio de nosso Senhor Yeshua, o Messias... (Rm 5.1)

Vimos no Estudo nº 3 – A SALVAÇÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS, que todos aqueles que tem fé no Messias Yeshua são declarados justos pelo Eterno. Ou seja, são salvos.

É por meio da fé que obtemos a salvação.

No caso, quando cremos na Pessoa do Senhor Yeshua e em Sua obra, o Eterno faz com que todos os benefícios de Seu sacrifício sejam transmitidos a nós. Dentre eles podemos citar: O perdão por nossos pecados, a paz com o Eterno, uma nova vida, a vida eterna, a alegria na Ruach HaKodesh [Espírito Santo], a vitória nas adversidades, etc.

Tudo isso e muito mais nós obtemos por um simples ato de fé de nossa parte.

De fato, a fé é tão importante que as Escrituras nos advertem que sem ela é impossível agradar ao Eterno (Hb 11.6).

E ainda podemos ver sua vital importância no texto de Rm 1.17 (tradução da Nova Versão Internacional):

Porque no evangelho é revelada a justiça de Elohim, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé”.

A justiça do Eterno é pela fé, do princípio ao fim. Então, ao contrário do que muitos pensam e estão vivendo hoje em dia, a fé não é algo que nós tivemos um dia, lá atrás, no passado, quando cremos no Senhor Yeshua.

Segundo Rm 1.17, a fé é algo que deve ser vivida dia-a-dia.

Os textos de Cl 2.6 e Hb 12.1,2 também assim nos ensinam:

[...] como recebestes o Messias Yeshua, o Senhor, assim andai nele...

[...] 1corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, 2olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Yeshua...

Recebemos o Senhor Yeshua por meio da fé e temos que manter esta mesma fé viva e ativa durante todo o Caminho.

2. A importância da Palavra na mortificação da carne

Nessa altura de nosso Estudo já deve ter ficado claro que a fé deve ser direcionada para em algo bem específico. Não é fé na fé!

A fé olha para a Palavra do Senhor, a Bíblia, que é onde podemos aprender o que o Eterno fez em nosso proveito.

Sobre essa relação entre a fé e a Palavra o texto de Rm 10.17 diz o seguinte:

De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Elohim (versão Almeida, Corrigida e Revisada).

Vejamos o mesmo texto, só que traduzido de um manuscrito em aramaico:

Portanto, a fé vem do obedecer ao que se ouve, isto é, obedecer ao que se ouve da Palavra de Elohim.

Então podemos concluir que somente temos fé se obedecermos a Palavra do Eterno, já que fé é exatamente isso: agir/viver em confiança de acordo com a Palavra do Senhor, como nos foi ensinado pelo próprio Senhor em Jo10.27:

As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.

O “ouvir” no texto acima não significa apenas “escutar o som”, mas obedecer ao que se ouve.

Por isso é que é tão importante estudarmos a Bíblia. Porque é lá onde encontramos a Palavra do Eterno.

Temos que ler/estudar a Bíblia para:

- Descobrirmos qual é a vontade do Eterno para nós.
- Agirmos/vivermos de acordo Sua Palavra.

Ou seja, a Bíblia é o alvo para onde apontamos a nossa fé.

3. Dois tipos de verdades bíblicas

Uma vez que já entendemos a importância da fé na Palavra, devemos agora aprender um pouco mais sobre os tipos de verdades encontradas na Bíblia e qual a relação entre elas e a nossa fé.

A grosso modo podemos classificar a Verdade bíblica em: Verdades objetivas e Verdade subjetivas.

Explicando:

- Verdade objetiva é tudo aquilo que foi feito pelo Senhor fora de nós.
- Verdade subjetiva é tudo aquilo que é feito pelo Senhor dentro de nós.

Ainda:

- Todas as obras do Messias Yeshua foram feitas fora de nós.
- Todas as obras da Ruach HaKodesh são feitas dentro de nós.

E:

- Todas as coisas que vemos alguém fazer e são experiências dela são coisas objetivas.
- Tudo aquilo que nós fazemos e são nossas experiências são coisas subjetivas.

P: Por que é importante sabermos essas coisas?
R: Porque é a fé na Verdade objetiva que produz em nós a Verdade subjetiva.

Exemplificando:

- Quando cremos na obra que o Senhor fez por nós, fora de nós, no Calvário (a Verdade objetiva) recebemos em nosso interior os benefícios dessa obra por meio da Ruach HaKodesh (a Verdade subjetiva).

- É a fé no Messias Yeshua (a Verdade objetiva) que produz em nós as experiências da salvação (a Verdade subjetiva), tais como: A paz com o Eterno, a alegria na Ruach HaKodesh, a certeza de vitória, a esperança de nossa herança nos céus, etc.

A Ruach HaKodesh opera a salvação no interior daqueles que creem em Yeshua, o Messias.

Nosso Senhor morreu no Calvário, mas os benefícios (a Verdade subjetiva) de Sua morte são trazidos a nós, ao nosso interior, pela Ruach HaKodesh, quando cremos no Senhor Yeshua (a Verdade objetiva).

Para termos a Verdade subjetiva, a experiência, é preciso primeiro crermos na Verdade objetiva.

É aí que muitos se extraviam, pois querem ter a experiência, querem sentir, sem antes terem crido na Verdade objetiva. E isso não só nas questões relativas a salvação de nossas almas, mas em todo o nosso Caminho, incluindo a obra de mortificação de nossa carne.

A fé na Verdade objetiva é a matéria prima que a Ruach HaKodesh utiliza para tornar real para nós que o Senhor Yeshua realizou fora de nós, no Calvário.

É muito importante entendemos muito bem este conceito pois ele será fundamental para os nossos próximos estudos, onde iremos tratar da mortificação de nossa carne.

4. Qual deve ser o tamanho da nossa fé?

Os textos de Mt 17.14-20 e Lc 17.3-6 responde esta pergunta.

Nos dois textos nosso Senhor Yeshua nos ensina que se tivermos fé como um grão de mostarda coisas incríveis irão acontecer conosco. Mas, como é um grão de mostarda? Veja a foto a seguir:

Muito pequeno, não é mesmo?

No 1º texto os talmidim [discípulos] não conseguiram expulsar o demônio do menino e o Senhor lhes disse que isso ocorreu porque a fé deles era microscópica, isto é, era menor ainda do que um pequeníssimo grão de mostarda.

No 2º texto os talmidim não conseguiam lidar com sua incapacidade interior de perdoar alguém continuamente. Nosso Senhor lhes diz, também nessa ocasião, que o problema deles era a sua fé quase invisível.

Creio que o ensino de nosso Mestre nos dois textos é que basta termos fé para que as coisas aconteçam. Ela não precisa ser do tamanho de um elefante. Se ela for tão pequenina como o grão da foto o Eterno irá usá-la para nos abençoar e transformar.

Se tivermos fé nEle, isto é, se confiarmos/crermos nEle e agirmos/vivermos de acordo com Sua Palavra, Ele vai remover todos os obstáculos, deficiências e dificuldades (os montes) de nossas vidas e fazer milagres em nosso favor.

Servos do Senhor, o Eterno tem muitas promessas para nós em Sua Palavra, a Bíblia, e para tomarmos posse destas promessas é preciso que tenhamos fé, pois, como mencionamos antes:

[...] sem fé é impossível agradar a Elohim... (Hb 11.6)


Yossef Franco