quinta-feira, 19 de maio de 2016

2º ESTUDO SOBRE A CARNE

A QUEDA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
(REFERÊNCIA: O Homem Espiritual, Vol. I – Watchman Nee, Edições Parousia)

Qual o objetivo deste estudo?

Chegarmos todos juntos ao estágio de Galutyah/Gálatas 5.16,24:

[...] Vivam pela Ruach [Espírito], e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne... Os que pertencem ao Messias Yeshua [Cristo Jesus] crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos (Gl 5.16,24)


1. O homem e a sua vontade livre

Como vimos no estudo anterior a vontade do Eterno é que o espírito domine todo o nosso ser, no entanto, quando criou o homem o Senhor o fez de modo que o homem tivesse liberdade de escolha, ou seja, livre-arbítrio. Assim o homem poderia escolher obedecer ou não ao Senhor.

A liberdade de escolha de Adam [Adão] pode muito bem ser vista no texto de Gn 2.16,17:

16E Yahweh Elohim lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, 17mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Neste estudo iremos ver algumas consequências para o espírito, a alma e o corpo, após a queda, o pecado de Adam.

2. A queda do homem

No relato da tentação de Chavah [Eva] (Gn 3.1-6) é importante destacarmos o fato de que foi principalmente por meio do intelecto que o Adversário conseguiu fazer com que ela se rebelasse contra o Eterno.

E para atingir a mente de Chavah sua estratégia foi fazer com que ela se inclinasse para as necessidades de seu corpo, causando assim a morte de seu espírito.

A grosso modo podemos classificar as necessidades do corpo em:

v Alimento – O Adversário faz uso da nossa necessidade de comida e bebida para nos atrair, assim como usou o fruto do conhecimento do bem e do mal para tentar Chavah. Os pecados de glutonaria e bebedices (Gl 5.21) são resultantes do desejo exagerado de satisfação desta necessidade.

v Reprodução – O Adversário fez com que esta necessidade fosse mudada para prostituição e lascívia (Gl 5.19).

v Defesa – O cuidado e a proteção natural do o corpo foram mudados de forma que o homem hoje se opõe a tudo que possa interferir em seu conforto e prazer, resultando daí os pecados de inimizades, ciúmes, iras, discórdias, egoísmos, etc (Gl 5.20).

Nos dias atuais o Adversário procura se utilizar também do MUNDO (assunto de nosso estudo anterior) para conseguir a nossa atenção, nos enganar e nos enredar. Se compararmos Gn 3.6 com 1 Jo 2.16 teremos o seguinte:

v A árvore era boa para se comer = concupiscência (cobiça) da carne;

v Agradável aos olhos = concupiscência (cobiça) dos olhos;

v Desejável para dar entendimento = soberba da vida.

Não devemos nos esquecer que o objetivo do Adversário era atingir a vontade (órgão da alma responsável por nossas decisões), ou seja, fazer com que Chavah decidisse desobedecer ao Eterno, e para isso ele desferiu o seu ataque ao intelecto, fazendo que a alma de Chavah pensasse de forma independente da direção do espírito.

Desse tempo até hoje a mente se tornou o principal ponto de ataque dos espíritos malignos contra a humanidade.

É por meio desses ataques que o Adversário muitas vezes consegue impedir que alguém creia no Senhor Yeshua, o Messias (2 Co 4.3,4).

Mas não são apenas os incrédulos que são atacados em suas mentes. Os que creem também são (2 Co 11.3).

Além do intelecto, o Adversário também se utiliza de nossas emoções como uma ponte para se chegar até a nossa vontade. Podemos ver isso no exemplo de Adam, que não foi enganado (em sua mente), mas que que pecou por causa de sua afeição a Chavah, conforme podemos ver em Gn 3.12 e 1 Tm 2.14.

3. Pecado e morte

Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5.12).

Na queda o grande triunfo do Adversário foi convencer Adam e Chavah a desobedecerem ao Eterno. Com isso tanto o pecado como a morte entraram no mundo e passaram a fazer parte da natureza humana.

A primeira parte de nossa constituição a sofrer graves consequências com a queda foi o espírito, que morreu no momento que a alma parou de segui-lo para seguir o corpo (morte espiritual).

É sobre essa morte que Sha’ul, o emissário [Paulo, o apóstolo], fala em Efésio 2.1:

Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados.

No momento de nossa conversão nossa alma e nosso corpo estavam bem vivos, ou seja, desempenhando normalmente as suas funções. Somente nosso espírito estava desabilitado porque, ao seguir o corpo e pecar contra o Senhor, a alma se afastou dele [do espírito], que por sua vez se “desconectou” do Eterno (Is 59.2).

É interessante observar que a palavra “mitsvá”, do hebraico, traduzida para o português como “mandamento” é frequentemente relacionada à palavra aramaica “tzavta”, que significa conectar, anexar ou juntar. Assim entendemos que o cumprimento de uma mitsvá [um mandamento] nos conecta ao Eterno, já uma desobediência nos afasta dEle.

Como dissemos anteriormente o espírito do homem NÃO regenerado está morto não porque deixou de existir, mas sim porque não está mais cumprindo a sua função de se conectar ao Eterno.

O Eterno já havia alertado antes a Adam que a sua desobediência iria resultar em morte, conforme vimos em Gn 2.17.

Posteriormente a morte também alcançou o corpo (morte física).

4. A perda da possibilidade de vida eterna

Por causa do pecado Adam e Chavah foram expulsos do Jardim do Éden e com isso perderam o acesso ao fruto da árvore da vida, que poderia dar a eles a vida eterna (Gn 3.22-24).

Mas o que é a vida eterna?

Ao contrário do que muitos pensam vida eterna não é algum “bem” semelhante a um objeto que recebemos por parte do Eterno.

Nosso Senhor nos ensinou que vida eterna é conhecimento do Pai e do Filho (Jo 17.3), sendo que conhecimento não apenas entender algo intelectualmente, mas conhecer por experiência.

No entanto, se o espírito do homem não regenerado está morto, como ele poderá conhecer o Eterno?

Por isso é necessário que o homem seja regenerado, ou seja, que o seu espírito viva novamente, de modo a poder outra vez desempenhar as suas funções.

Nós talmidim [discípulos] do Senhor Yeshua temos vida eterna por causa da nossa comunhão com Pai, mediante a fé no Filho. Temos vida eterna porque estamos conectados a Aquele que tem vida eterna, o Senhor Yeshua, o Messias, da mesma forma que um ramo enxertado a uma videira (Jo 15.5).

O Messias Yeshua habita em todo aquele que nEle crê.
Ou não reconheceis que Yeshua, o Messias está em vós? (2 Co 13.5)

Esta habitação é um fato e não depende do nosso sentimento, se estamos “sentindo” essa união com Ele. É um fato e nós devemos crer.


Yossef Franco      

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