5º Estudo – Águas de Restauração
Qual
o objetivo deste estudo?
Alcançar o estágio de Galutyah/Gálatas
6.14:
Mas
longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Yeshua, o Messias
[Jesus Cristo], pela qual o mundo está crucificado para mim, e
eu, para o mundo.
A
Festa da Pessach [Páscoa] e o mundo
1Antes da festa de Pessach, sabendo Yeshua que era chegada a sua
hora de passar deste mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no
mundo, amou-os até o fim.
2Enquanto ceavam, tendo já Satan posto no coração de Yehudá,
filho de Shimon do litoral de Sk’irot, que o traísse, 3Yeshua,
sabendo que o Pai lhe entregara tudo nas mãos, e que viera de Elohim e para
Elohim voltava, 4levantou-se da ceia, tirou o talit e, tomando uma
toalha, cingiu-se. 5Depois deitou água na bacia e começou a lavar os
pés aos talmidim, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.
6Chegou, pois, a Shimon Kefa, que lhe disse: Senhor, lavas-me os
pés a mim?
7Respondeu-lhe Yeshua: O que faço, tu não o sabes agora; mas
depois o entenderás.
8Tornou-lhe Kefa: Nunca me lavarás os pés. Replicou-lhe Yeshua:
Se eu não te lavar, não tens parte comigo.
9 Disse-lhe Shimon Kefa: Senhor, não somente os meus pés, mas
também as mãos e a cabeça.
10Respondeu-lhe Yeshua: Aquele que se banhou não necessita de
lavar senão os pés, pois no mais está todo limpo; e vós estais limpo, mas não
todos. 11Pois ele sabia quem o estava traindo; por isso disse: Nem
todos estais limpos.
12Ora, depois de lhes ter lavado os pés, tomou o talit, tornou a
reclinar-se à mesa e perguntou-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? 13Vós
me chamais Rabino e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou. 14Ora, se
eu, o Senhor e Rabino, vos laveis os pés, também vós deveis lavar os pés uns
aos outros. 15Porque eu vou dei exemplo, para que, como eu vos fiz,
façais vós também. 16Amen, Amen, e eu vos digo: não é o servo maior
do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. 17Se
sabeis estas coisas, benditos sois se as praticardes.
(Jo 13.1-17)
O contexto da passagem bíblica
acima é a Festa de Pessach Páscoa, que é cheia de simbolismos sobre a nossa
libertação. No entanto, apesar do texto bíblico ser rico em ensinamentos,
iremos neste estudo nos limitar aos ensinos relativos ao mundo e ao mandamento
que o Senhor nos deu, no versículo 14:
Ora, se eu, o Senhor e Rabino, vos laveis os
pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.
Há quem interprete esta
passagem bíblica como sendo uma instrução complementar do Senhor Yeshua sobre a
questão do pecado, mas isso não é possível, tendo em vista que o próprio Senhor
declarou que estava lavando os pés de quem já estava limpo (Jo 13.10). Logo,
não é sobre pecados que Ele está tratando aqui.
Então, do que o Senhor está tratando?
De nossa relação com o mundo.
Note que pouco antes de lavar
os pés dos discípulos Ele anunciou o julgamento do mundo (Jo 12.31) e, logo
após a lavagem, deu uma série de instruções, também sobre o mundo (Jo 14.27,30;
15.18-22; 16.33; 17.6,9,11,14-16,18,21).
O texto de Yochanan/João em questão trata de nossa
restauração, após a nossa caminhada pelo mundo.
O ensino de nosso Senhor é que,
apesar de procurarmos nos guardar incontaminados das coisas do mundo (Tg 1.27),
nosso contato com ele em nossa peregrinação não fica sem consequências para
nós.
Assim como uma camada de poeira
encobre os nossos pés, os nossos calçados, durante a nossa caminhada pelos
caminhos dessa terra, também o mundo se adere a nós todas as vezes que
caminhamos por seus domínios.
Portanto, devemos entender que
o Senhor, ao lavar os pés dos Seus amados, retirando toda a poeira e
tornando-os totalmente limpos, está dando instruções importantes sobre nosso
contato com o mundo.
Empoeirados
Mas, o que essa lavagem dos pés
representa no nosso dia-a-dia, na prática? Acredito que você já tenha passado
pela seguinte situação:
Você termina de orar de manhã e
sai para as atividades diárias cheio da presença de Eterno, mas, depois de um
dia de trabalho ou de estudo, não só o sentido da presença do Eterno se foi,
mas também o ânimo para orar e estudar a Palavra. Você se sente vazio, cansado
e desanimado.
O que aconteceu? Você não se
lembra de ter pecado durante todo o dia, mas parece que uma barreira foi levantada
entre você e o Amado. Se não é o pecado, então o que é esta barreira? É a “poeira espiritual” do mundo, que se
aderiu a você, a nós.
É importante entendermos que
essa barreira, que se expressa muitas vezes por meio do cansaço e do desânimo,
não é meramente física e sim espiritual. Digo isto porque, ainda que problemas de
saúde física, mental ou emocional possam causar um estado de apatia, neste caso
em particular ficamos abatidos apenas para as coisas espirituais, mas não temos
problemas para ficarmos horas e horas mantendo contado com o mundo e com as
coisas do mundo.
Sentimos que estamos cansados
para orar e estudar a Palavra, mas não para ficarmos a noite e a madrugada toda
diante da TV, internet ou algo parecido.
Muitos de nós sofremos este
tipo de ataque do kosmos (mundo) e
nem sequer damos conta disto. Até mesmo irmãs que exercem suas atividades
dentro de casa sofrem este ataque.
Esta é uma questão muito importante e que deve ser
urgentemente tratada, pois o talmid [discípulo] que não brilha no mundo é tão
anormal quanto aquele que vive em pecado.
A diferença entre eles é que
aquele que está em pecado sabe que está vivendo numa condição anormal e busca
restauração, mas o que está coberto com a poeira do mundo não necessariamente
sabe disto.
E o Adversário utiliza muitas vezes o fato de desconhecermos
esta verdade para acusar a nossa consciência, induzindo-nos a pensar que
cometemos algum tipo de pecado contra o Eterno.
Sem saber que a poeira do mundo
está aderida a ele o talmid não percebe que seu impacto sobre o kosmos foi neutralizado, pois esta
poeira está cobrindo seu brilho.
Diante desta situação
inevitável não nos resta fazer outra coisa senão buscarmos a restauração de
nossa condição original. Como? Da mesma forma como nosso Senhor nos ensinou:
retirando a poeira (Jo 13.5).
Um serviço para todos os talmidim
[discípulos]
Na prática este elemento
removedor pode ser um abraço de um irmão, um aperto de mão, palavras de
encorajamento, um olhar carregado de amor, uma oração, a proximidade de um
irmão cheio da presença do Eterno.
Resumindo: tudo o que venha a
restaurar nossa condição original de cheios da presença do Eterno.
Mas lembre-se que este serviço
foi dado pelo Senhor a todos nós, conforme Jo 13.14,15,17.
Não é responsabilidade apenas da liderança, mas é
responsabilidade de todos.
Não há talmid que não possa
lavar os pés de seus irmãos!
Não há talmid que não necessite
ter seus pés lavados por outro irmão!
Todos nós somos chamados para
este serviço!
Portanto, quando formos nos
reunir com a Comunidade, não devemos ir apenas com a intenção de sermos abençoados,
mas sim de sermos, também, instrumentos do Eterno para abençoar nossos irmãos.
Assim estaremos mutuamente nos
lavando, sendo vasos úteis nas mãos de nosso Senhor, imitando Seu exemplo,
cumprindo Seu mandamento e demonstrando de uma forma prática nosso amor uns
pelos outros (Jo 13.34,35; 14.21; 1 Jo 3.18).
Este serviço trata diretamente
com vidas, por isso não deixe o Adversário te induzir a negligenciá-lo, te
levando a pensar que ele é insignificante e inferior a qualquer outro serviço.
Também não aceite o argumento do Adversário de que outra pessoa lavará os pés
dos santos em seu lugar.
Quantos irmãos, principalmente líderes,
carecem de uma palavra amiga, de um encorajamento, de uma oração, diante do
peso da responsabilidade que levam diariamente. E quem irá fazer isto por eles?
EU E VOCÊ!
Que o Eterno abra os nossos
olhos para entendermos que temos uma grande responsabilidade uns para com os outros,
e que a minha e a sua omissão pode ser a causa do fracasso e da tristeza de nosso(a)
irmão(ã), por quem o Messias morreu.
Que o Eterno opere em nós e faça
de cada um de nós, Seus filhos e filhas, instrumentos cheios do fluir de Sua
presença e de Seu amor, para a nossa mútua restauração, em união ao Messias
Yeshua.
Se sabeis estas coisas, benditos sois se as
praticardes.
(Jo 13.17)
Yossef Franco
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