quinta-feira, 10 de março de 2016

ESTUDOS SOBRE O MUNDO

3º Estudo – Saindo do Mundo

Qual o objetivo deste estudo?

Alcançar o estágio de Galutyah/Gálatas 6.14:

Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Yeshua, o Messias [Jesus, o Cristo], pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.

O êxodo de Israel e o mundo

Agora que já sabemos o que é o mundo e conhecemos os seus perigos, vamos aprender neste estudo como o Eterno no liberta dele (do mundo).

Talvez o episódio bíblico que melhor retrate o processo de saída do mundo seja o êxodo do povo de Israel do Egito.

Vejamos os textos: Ex 3.7-9; 5.1; 6.6-8; 12.5-13,37-41.

É interessante observarmos e ressaltarmos os seguintes “tipos” encontrados nestes textos:

- O Egito = o mundo, em seu sentido moral, objeto deste estudo.
- O deserto = o mundo, em seu sentido físico.
- Faraó = o Adversário, Satanás.
- O Cordeiro = nosso Senhor Yeshua, o Messias.

Sabemos, pelo relato bíblico, que a libertação de Israel do Egito se deu por meio das pragas que o Eterno enviou sobre ele, sendo a 10ª praga, a morte dos primogênitos do Egito, a principal, aquela que consumou a saída do povo do Eterno do cativeiro egípcio.

Nesta praga o Eterno determinou que um cordeiro fosse sacrificado no crepúsculo da tarde do 14º dia, do 1º mês do calendário do povo de Israel (Ex 12.2,5,6).

Após o sacrifício o sangue do cordeiro deveria ser posto nas ombreiras e na verga das portas das casas dos israelitas (Ex 12.7).

Este sangue seria o sinal para determinar qual a casa onde a praga de morte iria ou não entrar. Se houvesse a presença do sangue o destruidor não entraria na casa.

Creio que todos os cristãos sabem que este evento apontava para o sacrifício do Messias Yeshua, que derramou o Seu sangue no Calvário para nos resgatar deste mundo (Gl 1.4).

A redenção e a saída do mundo

No entanto, há um aspecto importante no texto que parece não receber a devida atenção da Igreja: Por que os israelitas deveriam comer o cordeiro apressadamente (Ex 12.11)?

Porque após a redenção vem imediatamente a separação, a saída do Egito (do mundo).

É uma condição totalmente anormal ser salvo e permanecer no Egito, já que um dos objetivos da salvação é servir ao Eterno no deserto (Ex 5.1), ou seja, no mundo, em seu sentido físico.

A saída do Egito é algo que acontece imediatamente após o sacrifício do Cordeiro.

Todos os que foram salvos por meio do sangue do Senhor Yeshua devem viver neste mundo como forasteiros e peregrinos (1 Pe 2.11).

E como é ser um peregrino, um forasteiro? É olhar para o mundo como se estivéssemos olhando uma paisagem, em um veículo em movimento, durante uma viagem; não dá para ficar olhando muito a paisagem nem se envolver com ela, pois estamos na estrada a caminho de outro lugar. Não importa se no local onde estamos passando está havendo uma festa ou uma guerra, nós só observamos, pois não moramos ali. Estamos somente de passagem e logo tudo ficará para trás. O sentimento do viajante é totalmente diferente do residente. O residente se envolve, se preocupa, é afetado pelas circunstâncias do local onde vive. O viajante só observa…

Estarmos vivendo hoje no deserto, porém não temos aqui um lugar de repouso, uma pátria (Fp 3.20), pois estamos viajando rumo ao nosso verdadeiro lar: a Canaã Celestial, a Nova Jerusalém (Ap 21.2). Lá é onde deve estar o nosso coração (Mt 6.21), já que nesta terra não temos nenhuma herança ou porção da parte do Eterno. Nossa porção é a porção dos levitas: o próprio Eterno (Nm 18.20).

Sobre isso o pastor David Martyn Lloyd-Jones escreveu em seu livro CRESCENDO NO ESPÍRITO (Editora PES):

“Diga a si próprio que você é tão-somente um estrangeiro neste mundo, um peregrino, um viajor. Diga a si próprio: ‘O céu é o meu lar, sou um cidadão do céu, é dali que sou. Dia após dia e noite após noite levo e monto a minha tenda móvel um dia mais perto do lar’. (...) Porventura estou vivendo à luz destas coisas? Essa é a vida e o andar de fé. A fé significa que esta é a verdade a meu respeito e que por isso eu vivo como vivo.”

Aquele que decide ficar no Egito após ser salvo se arrisca a se tornar novamente escravo de Faraó.

Outro aspecto importante do texto, que não recebe a devida atenção, é que, apesar das recusas de Faraó (Ex 10.8-11,24), Israel saiu sem deixar coisa alguma de seus pertences para trás.

O Adversário sabe que, se deixarmos algo no Egito, cedo ou tarde iremos olhar para trás.

No entanto, vejamos a resposta que Moisés deu a Faraó – Ex 10.25,26.

Quando saímos do Egito, saímos com tudo o que o Eterno nos deu. Quando passamos pelas águas, passamos com tudo o que é nosso, para servirmos ao Eterno no deserto.

Prossigamos, então, irmãos, para a Terra Prometida; terra que mana leite e mel, que é o nosso destino… sem deixar nada no Egito.


Yossef Franco

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